Em que posição você colocaria o Brasil em um ranking mundial de solidariedade? Será que estamos bem ou estamos mal? Este levantamento existe e é feito regularmente. Na sua última edição, de 2018, nosso país teve seu pior desempenho: caímos do 75º para o 122º lugar da classificação.
Estamos falando do
Ranking Mundial da Solidariedade – ou
World Giving Index – um documento anual organizado desde 2010 pela
Charities Aid Foundation que mede o índice de generosidade de um país por três indicadores: ajuda a estranhos, doação a ONGs e voluntariado.
Uma das explicações para esse desempenho está no
atraso da cultura de doação no Brasil. Este tema foi abordado no link em destaque, escrito pelos nossos parceiros da Nossa Causa, onde vemos que a cultura de doação do país ainda é afetada por questões políticas, econômicas e sociais. Uma das possíveis razões? Nossa mentalidade voltada ao planejamento de curto prazo. Talvez essa mentalidade seja um dos mecanismos por trás de uma realidade: os brasileiros doam, mas de modo esporádico, sem comprometimento com uma causa a longo prazo.
Podemos ver isto em dados. Neste mês, o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) divulgou a nova edição do estudo
Um Retrato da Doação no Brasil, que entrevistou 1.022 pessoas para analisar o comportamento dos brasileiros em relação à doação, voluntariado e engajamento cívico.
Um dos resultados desta pesquisa foi que 70% das pessoas fizeram pelo menos uma doação no período de um ano, entre 2017 e 2018. Mas este número caiu para 40% dos entrevistados quando a pergunta foi sobre doações realizadas nas últimas quatro semanas. E apenas 6% dessas pessoas relatou contribuir de forma anual ou mensal para uma causa.
Mas isso não significa que o cenário não pode mudar. O estudo do IDIS revelou que as novas gerações estão mais engajadas e mais abertas para contribuir com organizações, seja por voluntariado ou por doações. E é sobre este potencial a ser explorado dentro da cultura de doação no Brasil que iremos falar neste texto. Vamos lá?