A Nonprofit Technology Conference (NTC) 2025 foi um verdadeiro mergulho nas fronteiras da tecnologia para o terceiro setor.

O maior evento de tecnologia para o terceiro setor, aconteceu em Baltimore, nos Estados Unidos e Ruy Fortini, nosso CEO, voltou com a bagagem cheia de aprendizados e uma visão clara de como podemos traduzir as tendências globais para a realidade e as necessidades das ONGs brasileiras.

Destacamos cinco áreas de inovação que ele identificou como cruciais e com potencial transformador imediato. Confira os insights para aplicar na sua organização.

A Inteligência Artificial já não é uma miragem distante; é uma realidade palpável com imenso potencial para o terceiro setor. Na NTC, o foco ficou em como as ONGs podem adotar a IA de forma estratégica e, crucialmente, ética. A discussão não foi apenas sobre a tecnologia em si, mas sobre a jornada de adoção.

Muitas organizações, especialmente no Brasil, podem estar na fase de exploração ou experimentação, e isso é perfeitamente normal. O importante é começar.

A IA pode gerar um valioso "dividendo de tempo", automatizando tarefas operacionais e liberando as equipes para se concentrarem na missão e na inovação. Pense em como ela pode auxiliar na redação de textos para comunicação, na análise preliminar de dados de doadores ou no resumo de informações.

Um ponto de atenção crucial, mencionado durante o evento, é o fator humano. O maior desafio muitas vezes não é técnico, mas a resistência natural das equipes.

Por isso, uma gestão de mudança empática é fundamental: converse abertamente sobre receios, crie espaços seguros para aprendizado e posicione a IA como uma "co-inteligência" que potencializa, e não substitui, o talento humano.

Para as ONGs brasileiras, a dica é: comecem pequeno, com projetos piloto de baixo risco que resolvam dores reais, sempre alinhando o uso da IA aos problemas concretos da organização e com um olhar atento à ética e à privacidade de dados.

Maximizar cada interação digital é fundamental na captação de recursos. Ruy Fortini trouxe da NTC uma visão empolgante sobre como podemos refinar nossas estratégias online com a experimentação adaptativa. Enquanto o tradicional teste A/B é útil, ele pode manter uma parcela do público exposta a uma versão menos eficaz da sua campanha por um tempo.

A experimentação adaptativa, por outro lado, utiliza algoritmos para ajustar dinamicamente o tráfego para a variante de melhor desempenho em tempo real. Imagine lançar uma campanha de e-mail ou uma página de doação e o sistema, automaticamente, direcionar mais pessoas para a versão que está gerando mais cliques ou doações. Isso é especialmente poderoso quando há feedback imediato.

Para as ONGs brasileiras, a mensagem de Ruy é clara: ao otimizar campanhas digitais, explorem ferramentas e plataformas que ofereçam essa capacidade de otimização mais inteligente.

Mesmo que não seja possível implementar algoritmos complexos, o princípio é o mesmo: usem dados para aprender e otimizar continuamente. A busca por plataformas que já embutem essa inteligência pode significar um salto nos resultados da captação online, garantindo que suas mensagens alcancem o maior público possível, mais rapidamente.

Um dos maiores desafios persistentes, e que a NTC 2025 reforçou como prioritário, é a fragmentação de dados. Os especialistas destacaram que sem uma base de dados integrada, o potencial de qualquer tecnologia avançada, como a IA, fica limitado.

As informações sobre doadores, voluntários e beneficiários muitas vezes estão espalhadas, impedindo uma visão completa e estratégica.

A solução, amplamente debatida no evento, passa pela integração de canais e, fundamentalmente, pela cooperação entre equipes.

Para as ONGs brasileiras, isso significa um chamado à ação: invistam na unificação dos seus dados. Comecem construindo pontes e confiança entre a equipe de tecnologia (ou quem desempenha essa função) e as equipes de captação e comunicação.

Ruy enfatiza a importância de desenvolver uma estratégia de dados clara, alinhada aos objetivos da ONG. Não precisa ser complexo: defina como os dados serão coletados, quem é responsável por eles e como serão usados para melhorar o relacionamento e a captação.

Ferramentas de "resolução de identidade" podem ajudar a criar um perfil único para cada contato. O essencial é fomentar uma cultura onde os dados são vistos como um ativo estratégico compartilhado, base para decisões mais inteligentes e impacto ampliado.

O CRM é, ou deveria ser, o motor do relacionamento com doadores e outros públicos. No entanto, Ruy Fortini trouxe da NTC um lembrete fundamental: o sucesso de um CRM depende menos da tecnologia escolhida e muito mais dos fatores humanos e organizacionais.

Implementações falham não pelo software, mas pela falta de clareza estratégica, processos desalinhados ou baixa adesão da equipe.
Os princípios para o sucesso, destacados no evento, incluem:

• governança forte;
• alinhamento dos processos da ONG ao sistema;
• design centrado no usuário e
• investimento contínuo no desenvolvimento da equipe.

Antes de tudo, as ONGs brasileiras devem se perguntar: "Por que precisamos de um CRM? Que problemas ele vai resolver?".

A dica prática é: mapeiem e ajustem seus processos de trabalho. Envolvam a equipe na escolha e customização, garantindo que o CRM seja intuitivo e realmente facilite o dia a dia. E lembrem-se: treinamento não é um evento único; é um processo contínuo. Um CRM bem implementado e utilizado transforma dados em relacionamentos duradouros e captação mais eficaz.

Para que a tecnologia floresça e impulsione a missão, ela precisa estar em total sinergia com as áreas "de negócio" da ONG – captação, programas, comunicação. Ruy Fortini observou na NTC uma forte discussão sobre como superar o comum isolamento entre equipes técnicas e operacionais.

A mudança começa com a mentalidade: a tecnologia (e quem a gerencia) deve ser vista como uma parceira estratégica, e não apenas um suporte técnico. Ferramentas como o CRM, por exemplo, são recursos compartilhados, cuja gestão e evolução devem ser uma responsabilidade conjunta. Para as ONGs brasileiras, especialmente as menores, isso pode significar designar ou capacitar pessoas para atuarem como "pontes", traduzindo as necessidades das áreas de negócio em soluções tecnológicas e vice-versa.

Mesmo sem grandes reestruturações, fomentem uma cultura de colaboração intensa. Ruy aconselha que as mudanças sejam graduais, focadas na comunicação e no planejamento conjunto. O objetivo é garantir que a tecnologia não seja uma ilha, mas um motor integrado que impulsiona todos os aspectos da organização rumo a um impacto maior e mais sustentável.

A NTC 2025 reforçou que a tecnologia, quando bem aplicada, é uma poderosa aliada para as ONGs ampliarem seu impacto e otimizarem a captação de recursos.

A experiência de nosso CEO, Ruy Fortini, no evento solidifica o compromisso da Doare: traduzir as melhores práticas globais em conhecimento acessível e prático para o terceiro setor brasileiro. Acreditamos que a inovação tecnológica, alinhada à estratégia e às pessoas, é fundamental para construir um Brasil mais justo.

Agora, o convite é para a ação! Encorajamos sua organização a refletir sobre esses insights e a experimentar as dicas que compartilhamos. Lembre-se, a jornada de inovação é contínua.

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